domingo, 28 de novembro de 2010

8º Desafio Serra de Campos

Há exatamente uma semana atrás ocorreu o 8º Desafio Serra de Campos, ou Copa VO2, como muitos preferem chamar. É óbvio que a pangaré que vos escreve se inscreveu e, mesmo sem o devido treino, compareceu na largada com apenas uma meta na cabeça. Terminar a prova em 3h00... Sim, sim... É um tempo alto! Mas não dava pra ser mais ambiciosa do que isso considerando meu retrospecto de não-treino de alguns meses.
Lógico que a prova começa muito antes! No dia anterior tem a viagem pra Campos do Jordão, a retirada do Kit (que me rendeu uma bela frustração com a organização da prova) e o encontro com os amiguinhos à noite para jantar, falar babozeiras e lógico, calibrar o tanque com um pouquinho de cevada! Só a descrição desses momentos ímpares já dariam um belo post, mas se tem algo que traduz o título desse blog, foi meu “rendimento e performance” no dia da prova...
Hospedados em Campos, marcamos de nos encontrarmos e descer para Santo Antônio do Pinhal pela estrada nova. Lógico que não saímos no horário pretendido, mas descer é sempre fácil! Chegamos com antecedência no local da largada e já começamos a encontrar amigos do Pedal.com antes mesmo de nos alinharmos. Trocas de cumprimentos, emprestação de protetor solar e toda a ansiedade fizeram com que o tempo passasse rapidamente e, quando menos vi, a elite já estava largando!
Subi na bike, acenei pros companheiros de pedal e passei a largada... A partir daí, só concentração! Lembrava perfeitamente do percurso até o final da Serra devido à minha participação na etapa de maio, porém, dessa vez, encararia a tal ABV que na minha cabeça era apenas mais uma subida após a descida da serra... Bom, o negócio era pedalar e torcer pra chegar inteira no final da prova.
A primeira parte da prova consiste de um leve sobe e desce, com muito mais descidas do que subidas. Nessa parte percebi que não estava tão mal quanto imaginei, mantive uma boa média e deixei muita gente pra trás. Mas, justamente por conhecer o percurso, eu sabia que aquele era meu momento de ganhar tempo, já que não sou boa de escalada... E fui com isso em mente! Acelerei, aproveitei o conhecimento das descidas e deixei a bike ganhar velocidade.
Nesse momento eu já estava me sentindo ótima! Aquecida, com o ânimo lá em cima percebi que já estava chegando o trecho de serra. Nessa hora pensei: quero, pelo menos, manter o mesmo tempo de maio... Reduzi a marcha e comecei minha estratégia de subida: Só no Girinho!!! Já que não sou forte, compenso aumentando um pouco o giro do pedal e foi assim a serra toda. Lógico que fui passada por muitos dos que tinha deixado pra trás na primeira parte, mas também tive o prazer de deixar um ou outro bufando atrás de mim quando a inclinação piorava um pouquinho.
Final do trecho de serra: percebi que, caso a prova terminasse no mesmo local de maio (no palácio), eu teria diminuído meu tempo. Aí meu ânimo foi às alturas! Não sabia o que viria pela frente, mas apesar de cansada, me sentia bem pra continuar! Foi então que começou o trecho misto da ABV... Pra cada descidinha de descanso, uma subida de inclinação considerável aguardava logo à frente. Apesar do ânimo, minhas pernas já não respondiam tão bem e comecei a reduzir ainda mais as marchas nas subidas. Me vanglorio de dizer que, em momento algum desci da bike ou fiz o famoso zigue-e-zague. Subi reto, sofrendo, “queimando-perninha”, mas subi! No mínimo terminaria a prova com um pouquinho de dignidade!! Eis que chega a placa: 5K para a chegada! Um staff me deu aquele sorriso e gritou: relaxa que agora é só descida!!! Não deu outra! Soltei a bike e pude recuperar um pouco do fôlego que a ABV havia me tirado!
Ao chegar na cidade, me sentia outra! As forças voltaram e apareceu a vontade de correr e aproveitar o trecho de 3K plano pra descontar um ou outro minutinho. 25km/h... 30km/h... 35km/h... Fui passando pessoas cansadas, pessoas não tão cansadas e terminei com direito a sprint passando pela linha de chegada a mais de 40km/h. Ouvi pessoas gritando, vários incentivos e não segurei: PUTA QUE O PARIU!! CONSEGUI!!!
Fechei a prova com 2:54:58, em quinta colocação numa categoria de apenas 9 competidoras, 1:15:17 de montanha (dois minutos a menos do que na etapa de maio). Se acho meu tempo bom? Não, não acho... Mas fiquei feliz com ele mesmo assim! Pra quem estava sem treinar devidamente, terminar abaixo de 3h com direito a sprint e com uma sensação de bem-estar absurda foi uma vitória!
Agora é tentar manter a promessa de treinar e baixar o tempo de montanha para 1h... Vamos ver se consigo me disciplinar!


domingo, 26 de setembro de 2010

The first!

   Acho que posso considerar que minha experiência no ciclismo começou mesmo esse ano. Antes disso usava muito a bicicleta como meio de transporte, mas nunca havia pedalado em estrada ou feito uma trilha. Tá certo que o percurso casa-trabalho ou casa-faculdade não era tão desprezível, mas nunca havia superado os 50K em um único dia. Além disso, na época eu usava uma Caloi Aluminium, muito maior do que eu, que mesmo com o banco na posição mais baixa não me deixava colocar os pés no chão.
   Na época estava apaixonada pela escalada e pelo trekking e conheci uma galera esportista do clube CEU, sediado na USP. Dentre as diversas atividades praticadas pelo clube, havia o ciclismo. Eu já andava um pouco, já tinha uma bike, e pensei... Por que não?? Foi assim que fiz minha primeira volta mais longa de bike! Foram uns 60K na região da Serra do Japi. Morri tentando acompanhar o restante do grupo e não fazia a menor idéia de como trocar um pneu (e óbvio que justo o meu furou) mas amei! Não demorou muito e já fui fazer outro pedal longo: descida a Santos pela Estrada de Manutenção da Imigrantes. Essa foi uma aventura a parte que, um dia, pode virar um post... Mas o importante foi que depois desse pedal de 90K eu fiquei com uma sementinha plantada no coração e não demorou muito pra ela começar a florescer.
   Ano passado comprei minha primeira estradeira: uma Trek 1000, ano 2008, câmbio traseiro Tiagra e o restante do grupo Sora. Pode até ser chamada de bike de entrada (a mais simples da linha), mas a considero maravilhosa e virou minha filhota nº2. E digo nº2 porque o posto de número um é da minha Golden Gorducha, a Laika. Mas voltando ao ciclismo... Os primeiros pedais com essa bike foram quase traumatizantes... Pedalar em rodovia, com a postura diferente de uma speed, me deixaram bem dolorida e estressada, mas ao chegar no final vinha aquela onda de endorfina e a sensação de ter superado o desafio... E devo dizer que a junção dessas duas coisas é extremamente viciante!
   Não demorou pra que eu conhecesse uma galerinha ciclista do Pedal.com. Sofri muito no começo, e continuo sofrendo pra acompanhar esse pessoal, mas a sensação de melhorar a cada pedal é real, e a companhia fantástica dessas pessoas deixa até a pior das subidas mais fácil. Não demorou muito até formarmos um grupinho dentro do grupão do Pedal.com, e com certeza essas pessoas aparecerão por aqui em breve. Mesmo porque, até equipe nós já criamos! Com direito a fórum e tudo!
   Já fiz alguns treinos fantásticos, uma bela cicloviagem e já tenho planos de um pedal bem interessante pra muito breve. Espero que dê tudo certo e vire meu primeiro relato por aqui. Enquanto ele não chega, vou ajeitando os preparativos! Bagageiro, logística, reserva em hostel...
   Termino meu primeiro post com a esperança de histórias maravilhosas e viagens fantásticas! Bom, se depender de vontade e companhia, acho que vai dar tudo certo!