Primeiro Dia: São Paulo – Joanópolis
Cláudio, Adil, Fabio e Maya |
Saímos do Tucuruvi um pouco antes das 7h30 e, para nossa diversão, encontramos a feira livre, que acontece às quintas-feiras, já montada. Foi engraçado passar pelo meio da feira com as bikes carregadas. Segundo o Fábio, na primeira vez que ele e o Cláudio fizeram esse percurso foram ovacionados pelos feirantes, mas não foi o caso desta vez. Ouvimos alguns poucos comentários e rapidamente já estávamos na Sezefredo. Passamos por bairros e locais que eu não conhecia, apesar de morar na Zona Norte e logo começamos a subir, mas descansados e empolgados como estávamos as subidas foram muito bem-vindas e tornaram-se desafios muito divertidos. Me surpreendi com minha disposição e tive certeza de que os dois dias de pedal me fariam muito bem!
Depois de subirmos um tanto , a fome começou a bater. Apesar de o Cláudio ter sugerido uma parada mais a frente no percurso, após algumas subidas mais longas, encostamos numa estrada de terra e sacamos os lanches! De sanduíches e frutas a barras de proteína, cada um se alimentou da sua forma e seguimos viagem. Cerca de meia-hora depois chegamos ao local sugerido anteriormente para nossa primeira parada. Foi impossível não parar para tirarmos algumas fotos! Neste local encontramos outro ciclista que estava fazendo um treino. Ele nos deu a dica de uma estrada de terra que cortaria alguns quilômetros do nosso caminho, mas, como eu estava com pneus muito finos (700X28), resolvemos manter nosso trajeto, afinal, ninguém conhecia as condições da estradinha e não queríamos arriscar. (Na foto: minha Road toda paramentada para o ciclotur: pneus Bontrager 700X28, bagageiro TransX, alforges e bolsa de guidão Btwin).
Vista do local que deveria ser nossa primeira parada para lanche |
Em Mairiporã, território bem conhecido, pegamos a Estrada do Rio Acima, que continuou nos proporcionando lindas vistas e diversas subidas cercadas de mata. Nosso próximo destino seria a Rodovia Dom Pedro I. Pegamos bastante vento até chegar na rodovia e ficamos um tanto apreensivos com a possibilidade de encarar muito vento contra. Com certeza o vento consumiria mais rapidamente nossas energias e deixaria o pedal menos prazeroso. Para nossa sorte, ao chegarmos na rodovia, não encontramos vento algum e pudemos prosseguir em uma maior velocidade.
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Boa ação do dia da escoteira: nossa foto! |
Ainda continuamos na Rod. Dom Pedro I por alguns quilômetros até pegar o acesso para Piracaia (SP-036). Apesar do trecho inicial ser plano, após algum tempo começamos a encarar mais algumas subidas. Costumo encarar bem subidas longas e de baixa inclinação, entôo meu mantra “Só no Girinho!!!” e vou que vou, mas aquele sobe e desce da estradinha começou a me cansar. Subidas curtas de grande inclinação com decidinhas idem que acabam nos empolgando e nos fazendo sair do selim... Sim, eu sei que cicloturista deve poupar as energias, pedalar sentado e constante, mas tem momentos em que isso se torna simplesmente impossível! Em tobogãs principalmente! ;P
Apesar do cansaço e do peso, eu e o Fábio seguimos muito bem, apesar de sempre atrás dos meninos. Aliás, nesse ponto da viagem comecei a reparar na forma de pedalar de cada um. Foi interessante notar que o Adil tem uma preferência por pedalar BEM travado, fazendo força e girando pouco mesmo no plano. Em contrapartida, nosso amigo Cláudio parecia um ventilador! Assumo que fiquei com inveja da relação dele em alguns momentos!
Chegando mais próximo de nosso destino a estrada aplainou e pudemos desenvolver uma maior velocidade. Chegamos na entrada da pousada por volta das 4h30 e lá paramos para fotinhos de comemoração!
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Adil na frente da entrada da pousada com as 29ers. |
Mas minha aventura ainda não tinha acabado. Ainda teríamos de descer um tanto na estradinha de terra da pousada e eu faria meu primeiro teste com a Trek que, como bem disse o Cláudio, estava fora de seu ambiente natural! Pra aumentar ainda mais o desafio, o acesso pra pousada estava cheio de pedriscos e cacos que me deixaram bem apreensiva. Desclipei, sentei no top tube e desci me equilibrando. Nem preciso dizer que essa foi a parte mais tensa de toda a viagem!
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Eu e Fábio chegando na pousada. Olha o tamanho do sorriso! |
Segundo os tracks que fiz da viagem com o Sports Tracker, pedalamos cerca de 109km neste primeiro dia. Apesar das subidas e do peso nas bikes, fiquei feliz com as médias de viagem: 17.82 km/h no trecho de São Paulo a Bom Jesus dos perdões (71.83km) e 16.66km/h no trecho de Bom Jesus dos Perdões até a pousada em Joanópolis (37.19km).
Os tracks também podem ser vistos no meu perfil do Sports Traker.
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São Paulo - Bom Jesus dos Perdões |
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Bom Jesus dos Perdões - Joanópolis |
Nota técnica para os amiguinhos que não conhecem os termos do ciclismo:
- sair do selim: pedalar em pé, normalmente fazendo força pra vencer uma subida.
- desclipar: usamos sapatilhas especiais que “clipam” nos pedais da bike, deixando o pé preso e permitindo que nossas pedaladas sejam mais efetivas. Porém, no caso de precisar apoiar o pé no chão com pressa, podemos não conseguir “desclipar” o pé do pedal e cair. Por isso, em situações de maior risco de queda, tiramos o pé do pedal pra nos prevenir em caso de perdermos o equilíbrio.
- Sobre minha bike estar fora do ambiente: Tenho uma bicicleta de estrada com pneus bem finos para asfalto. Troquei os pneus por outros mais grossos pra viagem, mas não se comparam aos pneus usados nas bikes dos meninos. Portanto terra realmente não é o ambiente da Trek!
- Top tube: cano superior do quadro da bike.
Coming soon: Ciclotur São Paulo – Estiva/MG parte 2!