quarta-feira, 13 de julho de 2011

Full Carbon - Parte 01


Depois de alguns pedais durante este ano, comecei a sentir que minha TREKzinha, apesar de companheira fiel, já não estava respondendo da forma como eu desejava. Ela foi minha primeira bike de estrada e assumo que judiei da coitada. Durante muito tempo a troca de marchas não era intuitiva e cruzei muita corrente e até recentemente ainda não fazia a pedalada da forma correta... Certeza que sobrecarreguei demais o grupo original da bike com minha inexperiência! Fora os tombos idiotas que deixaram diversas marcas no quadro. Além disso, a partir do momento em que aprendemos mais sobre o ciclismo e evoluímos (ou nem tanto) no esporte, queremos também melhorar nossa magrela. É aí que aquelas soldas de alumínio do quadro começam a te chamar a atenção, e não digo de uma forma positiva! Depois você começa a comparar seu grupo misto Tiagra/Sora de 2007 com os belos grupos novos e percebe que aquela alavanquinha na lateral do manete Sora não é nada legal... Pra finalizar, seu mecânico começa a dizer que vc precisa trocar a corrente, o cassete, o câmbio dianteiro, a caixa de direção... Bom, troquei a caixa de direção e depois a corrente, mas as diversas falhas nas trocas de marcha (uma que quase causou uma queda em minha última viagem) e a necessidade de regular o câmbio a cada pedal me fizeram começar a namorar diversos modelos pela internet.
Bom, minha primeira dificuldade foi encontrar bikes femininas de fato bonitas e não aquelas rosas ou roxas cheias de florzinhas. Aliás, aproveito o momento pra fazer uma crítica: a mulherada que faz esporte, principalmente o ciclismo, não quer saber de coisas rosas e cheias de flores! Os lojistas dizem que as peças femininas demoram demais para serem vendidas, mas eu já passei por diversas situações em que queria e precisava realizar uma compra, porém não encontrava uma alternativa às camisas e bermudas rosas. Dessa forma não compro mesmo! Mas coloca uma versão feminina de um uniforme do ProTour na vitrine pra ver se não abro a carteira na hora! Tá na hora de conhecer o público feminino do ciclismo e ser mais assertivo!
Crítica feita, vamos voltar à busca. Como qualquer ciclista, minha intenção ao trocar de bike era pegar uma full carbon! E daí que eu nem pedalo tudo isso? Queria uma full carbon!!! Mas o grupo não precisava ser tão fodástico, um 105 Shimano ou equivalente já estaria de bom tamanho! Dentre as bicicletas que me chamaram a atenção, segue o top 4! Caso queiram mais detalhes sobre o modelo, basta clicar na legenda das fotos:


Entre outras possibilidades excluí a Trek pois sabia que os modelos em carbono seriam caros demais. Também excluí a Fuji e a Scott, pois seus modelos 2011 com grupo 105 ou Apex tinham grafismos que não me agradaram. E sim, isso faz parte da bike e eu levo em consideração! =P As pinarellos eu nem olhei direito, primeiro porque não costumo gostar dos quadros e muito menos dos seat stays “retorcidos” da Pinarello. Sei que tem gente que vai achar que o que eu disse agora é praticamente uma heresia, mas gosto é gosto, né?! Além disso, ao olhar rapidamente o site estrangeiro, não encontrei nenhuma menção às bikes com geometria feminina. Então desencanei da marca.
Bom, eu me propus a gastar, no máximo, 6.000,00 reais e, ao entrar em contato com as bike shops de São Paulo percebi que estabeleci um teto muito inferior ao preço real das bikes aqui no Brasil. Nem pagando a vista eu conseguiria chegar próximo a este preço. Santa ignorância Batman! Foi então que, numa das minhas à bicicletaria do Sr. Puertollano fui informada pelo próprio de que ele poderia montar uma full carbon bem próxima do preço que eu desejava. Talvez subisse pra uns 6.500,00 reais, mas ainda era uma melhor opção do que os mais de 8.000,00 reais pedidos nos modelos que eu pesquisei.
Em breve conversa, o Seu Eduardo colocou em minhas mãos o quadro da Vicini Corsa SL II e me prometeu dar uma olhada nos tamanhos disponíveis no fornecedor. Curti muito o desenho do quadro, com o top tube curvo, mas detestei o grafismo. Porém, dentro do que eu tinha pesquisado, não havia uma proposta melhor. Se quisesse uma full carbon pelo preço que havia estabelecido anteriormente, teria de ser aquela.
Como não estava completamente satisfeita, comecei a considerar as opções de quadro em alumínio com garfo e stays em carbono, mas dentro das opções que encontrei, nenhuma era comercializada no Brasil. Quando estava mais confusa sobre o que fazer a seguir e ansiosa por notícias do Sr Eduardo, encontrei uma oportunidade que não dava pra perder... Mas o final dessa história vai ficar para daqui um mês, mais ou menos, quando eu receber a bike em casa, na caixa do fabricante e por um preço inferior ao que tinha estabelecido como teto!

Enquanto ela não chega, vou me despedindo da TREKzinha... Mas ela só perderá o posto de bike de treino, pois continuará sendo minha touring bike... Por enquanto! ^^
See you soon!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Ciclotour São Paulo – Estiva/MG Parte 02

Segundo dia: Joanópolis - Estiva/MG

Restinho de neblina durante a manhã

Acordamos por volta das 6h00 da manhã, pois nossa intenção era chegar ao sítio do Claudião por volta do horário do almoço. Porém, ao colocarmos nossa carinha pra fora do quarto vimos uma neblina densa tomando conta da paisagem. Não gostamos muito da vista, pois a neblina significa perda de visibilidade e essa condição é perigosa demais para pedalar, pois ficamos sem ver e sem sermos vistos.

Resolvemos levantar e nos dirigimos ao café-da-manhã. Apesar de termos solicitado que o café fosse servido as 7h00 para podermos sair o quanto antes, só fomos iniciar nossa comilança depois das 8h00 da manhã. 

Daí, até conseguir acertar os pagamentos e sair da pousada já eram 9h30 da manhã. Pelo menos o nevoeiro já estava desaparecendo!
Meninos prontos pra mais um dia de pedal!
Pedalamos até a entrada de Joanópolis, onde pegamos a Estrada entre Serras e Águas, que nos levaria até Extrema, já em minas Gerais. A vista da estrada é linda durante todo o percurso! Passamos por propriedades rurais, hotéis fazenda e até trechos com a Mata Atlântica preservada. A estrada começa com uma subida longa e bem difícil. Apesar do frio da manhã, encostamos e já tiramos todas as camadas de roupa! Continuamos subindo e, como estava preocupada com o longo percurso (e com minha relação nada ciclotur) subi calmamente apreciando a vista. Como o asfalto também não era dos melhores, tive que me conter nas descidas, perdendo o embalo pra encarar o tobogã da estrada.


Fábio e eu na Estrada Entre Serras e Águas
A última subida da estrada foi a mais dolorosa de todas. Além de longa, tinha uma bela inclinação. Sem poder girar, fui obrigada a pedalar de pé em vários momentos e cheguei ao final da subida bufando, mas inteira! Mas que eu curti a subidinha, curti! E a sensação de ter vencido ela com a bike carregada foi ainda melhor!
Lógico que depois de uma bela subida, sempre vem uma bela descida! Desci com empolgação e eu e o Fábio encontramos os meninos num ponto de ônibus por volta das 11hs, onde paramos para comer um pouco, já que a estrada tinha consumido bastante nossas energias.


TREKzinha aproveitando a bela vista.
Continuamos a viagem e paramos em um posto para lanchar. Como a namorada do Cláudio iria nos presentear com um belo almoço no sítio, resolvemos apenas comer um salgado e uma coca de garrafa e voltar a pedalar o mais rápido possível. Pra azar do Fábio, novamente ele ficou sem comer o que queria e voltou a pedalar insatisfeito e com fome. Assumo que fiquei com dó...
Ainda tínhamos uma boa quilometragem pela frente e, pelo track, vocês podem ver que a quantidade de subidas que teríamos que enfrentar era considerável! Para nosso azar o sol estava muito forte, o que fez nossa pedalada pela Fernão Dias se tornar um pouco mais difícil. 

Parada na sombra já na Fernão Dias
Longas subidas com o sol batendo forte no corpo nos fizeram consumir uma grande quantidade de água, porém, como eu e o Fábio estávamos atrás dos meninos, acabamos não parando para repor por não querer causar um desencontro ou ainda preocupá-los com nossa demora. Assim sendo, continuamos pedalando e economizando as caramanholas, até encontrar os meninos nos esperando na única sombra vista em quilômetros: uma entrada de uma propriedade.
Nesta parada comecei a ficar preocupada, pois minha caramanhola estava praticamente vazia. Quando saímos do local, ainda passamos por uma venda de beira de estrada, mas, devido a uma falha de comunicação, acabamos não parando para comprar mais água. Assim sendo, continuamos pedalando, porém com uma altimetria um pouco mais favorável (Yey!! Descidas!). 
Mesmo tendo perdido os meninos de vista, eu e o Fábio paramos em um boteco que encontramos na estrada para reabastecer nossa água e ainda aproveitamos para tomar uma coca e reabastecer um pouco das energias. A partir deste ponto continuamos por um trecho plano da Fernão Dias até chegarmos a Estiva. Claro que, como bons cicloturistas, tivemos que parar para tirar fotos!
Mais um desafio superado! São Paulo - Estiva!
A partir daí foi só relaxar e curtir! Chegamos a um trevo onde nossos colegas nos esperavam (a um bom tempo, diga-se de passagem). Porém, ainda teríamos de encarar mais 8km de estrada de terra. 


Esse era o momento de testar minha Road! Me empolguei no primeiro trechinho e, só pra aprender a não confiar demais, acabei derrapando. Pra minha sorte consegui segurar a bicicleta, mas a partir dali a relação com a estradinha de terra mudou. Os meninos sumiram na frente com suas 29ers enquanto o Fábio me acompanhava. E ainda bem que ele estava lá do meu lado! Meu câmbio não colaborou durante toda a viagem e, no meio de uma subida quando fui trocar a marcha, minha corrente caiu e ficou presa entre o quadro e a coroa pequena do meu pedivela. Segundo o Fábio, tive meu primeiro “chain suck”... Sinceramente, preferia não ter sido apresentada ao danado, mas ok! Vale de experiência! 

Estradinha de terra que dá acesso ao sítio...
Como eu disse, ainda bem que ele estava lá, porque depois de algumas tentativas não consegui mover nem um milímetro da corrente. Mãos cheias de graxa e algum tempinho depois, continuamos nosso caminho. Não demorou até encontrarmos os meninos nos esperando na entrada do sítio. Não preciso dizer que fiquei contentíssima! Apesar de já ter feito viagens mais longas antes, sempre tive alguns dias de descanso entre os dias de pedal. Neste caso, pedalamos por dois dias seguidos e, apesar de um pouco cansativo e dolorido, foi extremamente prazeroso! (Sim, um tanto controverso, mas é verdade!).
Chegamos no sítio por volta das 16h30 e, para nosso deleite, a Valquiria (companheira do Cláudio) havia deixado um almoço/janta delicioso à nossa espera. Tomamos banho voando e fomos pra mesa! Arroz, feijão, carne de panela com vegetais, saladinha... Tudo perfeito!
Nem preciso dizer que capotei super cedo neste dia, apesar de feliz, meu corpo pediu descanso...


Track da viagem:


No dia seguinte, Cláudio e Adil ainda acordaram cedo pra fazer uma trilha de MTB. Haja disposição! E, quando voltaram, nos acordaram ao som de Roberto Carlos (em vinil!!).
Aproveitar o sábado em Estiva foi fantástico. O clima de cidade rural, as pessoas simpáticas e a tranqüilidade das vaquinhas pastando era tudo o que eu precisava pra esquecer um pouco de São Paulo.
Uma pena o Adil ter retornado a São Paulo no sábado de manhã, mas com certeza outras viagens virão!
De resto só posso agradecer a todos pela companhia durante toda a viagem, em cima da bike e fora dela! Com certeza serão momentos que nunca esquecerei. Não posso deixar de agradecer especialmente ao Fábio, namorado, escudeiro e Personal Cycling Consultant! Obrigada por estar sempre ao meu lado (literalmente!)!


Mas agora vem a questão: quando é a próxima?!



Nota Técnica pros amiguinhos que não pedalam:
- Relação: é a relação de marchas da bicileta, mudando algumas peças podemos deixar ela com marchas mais pesadas ou mais leves. A minha bike é típica de estrada, então possui um relação de marchas mais pesada, pra desenvolver velocidade. Bicicleta de ciclotur ou Montain Bikes tem relação mais leve, pra auxiliar nas subidas.
- Caramanhola: squeezy, garrafinha d’água, etc...
- 29er: tipo de montain bike. Pra quem se interessar, dá um olhadinha no blog do Adil, mestre no assunto!