sábado, 17 de dezembro de 2011

Brevet Audax 200K – Boituva


Eu já havia participado do Desafio 120K na mesma região no ano passado, quando tive uma belíssima experiência juntamente com vários amigos. Porém, neste ano optei pelo Brevet 200K, imaginando concluir a série em 2012, pelo menos até os 400K.
Cheguei a Boituva com o Fábio na sexta logo no início da noite. Hospedamos-nos no hotel Rafeli e, assim que chegamos, já encontramos com nossos amigos queridos Paulo (ex-Race) e Élio. Jantamos todos juntos no restaurante Goiano que, apesar da demora, serviu-nos massas deliciosas e conversamos sobre as expectativas para a prova, os preparativos e tudo o mais. Depois disso, cama!
5h20 e estávamos em pé. Detalhes finais arrumados e descemos para o café com o Race e o Élio. Lá encontramos diversos outros audaxiosos o que ajudou a aumentar minha ansiedade. Bom foi ver que eu não era a única: o Élio havia passado a semana inteira ansioso! Essa é uma parte que eu ainda não decidi se gosto ou não. Esse período pré-prova sempre me deixa angustiada! Apesar de o Audax não ser competitivo, eu estava preocupada com o percurso, que prometia um longuíssimo tobogã do início ao fim da prova. Nossa única meta para o dia era a de terminar o pedal antes de anoitecer, mas mesmo assim, continuava com o frio na barriga.
Briefing antes da largada
Alimentados, fomos para a vistoria. A fim de zelar pela segurança dos participantes, a organização verifica se todos providenciaram os equipamentos necessários: farol dianteiro (muitas vezes o percurso é realizado durante a noite), pisca traseiro, colete refletivo e, logicamente, capacete! Passada a vistoria ficamos batendo um papo com Artur, amigo de pedal e com nosso novo companheiro Davi. A conversa e as risadas me ajudaram a relaxar e logo estava rolando o briefing, com informações sobre o percurso e os Pontos de Checagem (PCs).

Pra quem não conhece a prova, trata-se de uma disputa contra o tempo e não por posições em algum ranking. De acordo com a quilometragem a ser rodada, existe um tempo máximo para que os participantes terminem o percurso. No caso de Boituva, faríamos 200 km e nosso tempo de conclusão de prova era de 13h30. Para garantir que os participantes realizem todo o percurso, existem os pontos de checagem: locais onde temos de parar obrigatoriamente e carimbar nossos passaportes e onde os organizadores anotam o horário de nossa passagem.
Como estratégia para o percurso, optamos por fazer as paradas apenas nos PCs e, durante o pedal, nos alimentaríamos com lanches, frutas géis e barrinhas, além de muita água e isotônico!

Fábio, eu e a sombra do Artur logo no início do pedal.
A largada foi dada as 7h22 e fomos acompanhados por um comboio da polícia por entre as ruas de Boituva até alcançarmos a estrada. Na estrada, cada ciclista e/ou grupo impôs seu próprio ritmo e logo o grande pelotão da largada se desfez e muito já sumiram na nossa frente. Apesar de termos conversado por semanas para fazermos um pelotinho, na estrada Élio e Paulo já saíram na frente, ficando apenas Artur, Davi, Fábio e eu juntos. Após um bom tempo, Artur também impôs seu ritmo, indo um pouco à nossa frente e o Davi ficou um pouco mais atrás. O Fábio (como namorado mega companheiro que é) permaneceu ao meu lado por todo o percurso.
A primeira parte do percurso foi relativamente fácil e rápida. Percorremos os 60 km até o PC1 em três horas de pedal. Paramos brevemente no PC, carimbamos nossos passaportes e saímos os quatro novamente juntos, mas logo voltamos à nossa formação dos 60 km iniciais.

Davi, eu e Fábio no PC2.
A segunda parte do percurso, para mim, foi a mais difícil. O vento contra e as subidas intermináveis me quebraram de uma forma espantosa. Eu comi e me hidratei bem no PC1, tomei géis e continuei me hidratando durante a pedalada, mas mesmo assim parecia que faltavam forças. Após cerca de 2h30 chegamos ao PC2 e eu já estava quebrada. Pensamentos sobre desistir do Brevet não paravam de passar pela minha cabeça. Comemos, nos hidratamos e logo estávamos pedalando de novo.
Foi muito difícil voltar a pedalar. Senti meu corpo exausto e sem forças. Os ombros já começavam a doer e a temperatura estava aumentando. Passei uma boa parte do pedal desanimada e pedalando calada, convencida de que se conseguisse chegar ao PC3 já estaria ótimo e que lá abandonaria o Brevet. Porém, o restante do caminho de volta me surpreendeu! A altimetria ficou a favor e, mesmo com algumas subidas, foi possível desenvolver uma boa velocidade que, inclusive, aumentou nossa média geral. Nossa conversa se animou e cheguei ao PC3 após 2h30 com outra disposição.
Pernas para cima no PC3!
Devido ao cansaço, optamos por fazer uma parada mais demorada no PC3, para comermos bem (já que não havíamos almoçado) e nos preparar para os 60 km restantes. Encostamos as bikes e entramos no posto juntamente com a Artur. Apesar de termos estabelecido uma parada de 30 min, de repente aparece o Davi nos chamando do lado de fora do restaurante e avisando que já havíamos gasto uns 40 min por lá. Até aí estávamos tranqüilos, pois tínhamos a idéia de que poderíamos chegar em Boituva até as 22h... Qual não foi nossa surpresa ao conversar com os organizadores nos darmos conta de que nosso tempo real seria até as 20h40 mais ou menos.
Saímos do PC3 as 16h40 mais ou menos, preocupados com o fato de que teríamos apenas 4 horas para fazer os 60 km restantes tentamos estabelecer um ritmo bacana que nos permitisse chegar dentro do tempo estabelecido. Fizemos contas, estabelecemos metas e bora pedalar! Apesar de voltarmos frios depois de tanto tempo parados, logo conseguimos impor um ritmo bacana e, para nossa surpresa, estávamos mantendo uma velocidade bem acima do que era necessário para completar o Brevet.
A cada quilômetro minha empolgação aumentava e também minha disposição. Apesar de uma subida dura seguida de falso plano que somavam cerca de 7 km já na Castello Branco, continuamos num bom ritmo. Logo as placas para Tatuí começaram a aparecer e, após estas, as placas para Boituva.

Comemoração após os 200km! Meta cumprida! Ainda estava de dia!
Chegamos à cidade acelerando e completamos a prova as 19h47 com 12h25 de tempo total, ou seja, ainda tínhamos cerca de uma hora de lambuja até o final do tempo proposto para este Brevet. Engraçado como apesar de a última parte ter 60km, também foi o trecho em que senti que o tempo passou mais rápido. Na praça encontramos o Artur, que havia chego 10 minutinhos antes da gente e após mais 10 minutinhos o Davi nos encontrou. Todos concluímos o Brevet 200K, pegamos nossos certificados e nossas medalinhas. E para comemorar, nada melhor do que uma bela cervejinha gelada!
Depois disso, Artur e Davi já voltaram para um jantar com suas respectivas enquanto eu e o Fábio fomos para o hotel tomar um banho e encontrar nossos amigos mais rápidos. Tivemos um jantar delicioso na companhia do Adalberto, do Paulo e do Élio, mas o cansaço era tanto que logo estávamos a caminho de nossas camas no hotel. Dia fantástico!!!

Não tem como não elogiar de novo a organização do Audax Randonneurs São Paulo! A prova foi fantástica! o percurso, apesar de difícil, foi muito seguro e bem escolhido e o atendimento nos PCs não podia ser melhor! Além de comida e hidratação, a organização também nos presenteou com muita simpatia! Obrigada pelo ótima experiência!

Apesar de toda a felicidade e sensação de superação, acabei me decidindo por não continuar a série de Brevets. Os 200km já foram um sofrimento considerável e não acho que eu consiga pedalar por uma distância maior do que essa, mas que venha 2012 com seus desafios! Até lá, posso acabar mudando de idéia!

Valeu pela companhia e força durante o Brevet! Davi, Artur, eu e Fábio.








Ps: As fotos publicadas aqui no Blog foram registradas pelo Artur e pela equipe do Audax Randonneurs São Paulo.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011


Bye, bye, TREKzinha!

Depois da compra da Alba (Cannondale), eu sabia que em determinado momento venderia a TREKzinha, mas não imaginei que as coisas aconteceriam tão rápido!
Assim que peguei a Alba, fui com o Fábio dar uma volta na Castello Branco para me acostumar com o grupo Sram e a nova geometria da bike, afinal, não queria fazer (muito) feio no pedal de estréia dela. Para este pedal, o Fábio combinou de encontrar um casal cicloturista que ele havia conhecido por meio do Pedal.com.br  e que também estariam testando suas recém compradas tourings.
Nos encontramos no Graal da Castello e saímos para pedalar. É impressionante como a bike tem me apresentado pessoas fantásticas. Apesar de nunca ter conversado com eles, logo estava no maior papo com a Renata Ruiva e o Artur! Casal simpatissíssimo e amante de bikes. Basta dizer que o Artur tem sua própria oficina montada em quarto que deixa muita bicicletaria com inveja! Hahaha
TREKzinha em meu último ciclotour - Estiva/MG

Uns dias após o pedal o Fábio me manda uma mensagem: Pronta para dar uma nova dona para a TREKzinha?
Nem preciso dizer que não estava, né? Apesar da Alba ter assumido o posto de bike de treino e competição, a TREKzinha ainda seria minha touring, pelo menos até o final do ano. Conversei com o Fá sobre a venda e, pensando que a TREKzinha estaria nas mãos da Rê, acabei me convencendo de que era uma boa idéia. Afinal, ainda corria o risco da Ruiva curtir a Road e virar uma companheira de pedal (estou com dedinhos cruzados! Rsrs).
Marcamos um pedal uma semana depois pra, antes de comprar a TREK, a Rê ter uma idéia de como era pedalar uma Road. Fui com a Alba, o Fábio com a Trigon (que tá merecendo um nome! ^^) e o Artur apareceu com uma Lazzaretti restaurada, que estava lindíssima!
Após uma breve apresentação da troca de marchas e da bike em geral pra Re, caímos na estrada. Fiquei feliz de ver a Re se divertindo com a TREKzinha, e mais feliz ainda de ver que a Re tem jeito pra estrada! É forte, tem ritmo bom e sobe bem. Só no girinho, como eu tanto gosto de pedalar!
Não deu outra, na volta do percurso a Re já fala: É acho que você perdeu a bike!
Muito rápido! Fiquei triste de ver a TREKzinha indo embora no rack do carro deles, mas fiquei feliz de ver mais uma mulher se interessando pelo ciclismo de estrada, mesmo que seja apenas como treino para agüentar cicloviagens mais longas.
Hoje a TREKzinha já recebeu o nome de Dory, a peixinha de Procurando Nemo. Pela cor da bike e pela personalidade da dona, não consigo imaginar um nome melhor!
Torço pra que a TREKzinha, digo, Dory, traga tantos bons momentos pra Re quanto trouxe pra mim!
Mas isso me leva a uma outra questão... Agora estou sem touring! Preciso comprar outra bike! Sugestões??

domingo, 11 de setembro de 2011


Full Carbon, Baby!!

Bom... Passaram-se quase dois meses e estou devendo um post sobre minha nova full carbon...
Primeiro vamos falar da compra! Sem querer, acabei indo parar num site que, até então, eu nunca havia ouvido sequer o nome: usavendas.com.br. Comecei a olhar as bikes e dei de cara com a Cannondale Women’s Synapse 6 Apex. Eu já havia namorado essa bike antes, mas não tinha pensado em comprar devido aos preços altíssimos aqui do Brasil. Eis que entro no site e vejo a bike com um valor inferior ao que eu pretendia gastar. E melhor que isso, vejo que o frete e os encargos fiscais já estão inclusos no valor especificado no site. Na hora tive de mandar um e-mail para o SAC e, para minha felicidade, no dia seguinte já havia recebido resposta! Não deu outra, cliquei em comprar!
Pro meu azar, justo a cor que eu queria não tinha disponível no distribuidor e tive de aguardar um mês pra bike chegar. Mesmo assim, considerando toda a correria que tiveram de fazer pra achar o tamanho que solicitei e o tempo de importação, achei esse um mês extremamente justo! Devo dizer que, caso eu quisesse de outra cor, eles tinham a pronta-entrega e a bike chegaria em 15 dias!

Synapse entregue em casa, na caixa do fabricante.
A bike me foi entregue no dia combinado pelas mãos do próprio dono da loja. Nem preciso contar minha felicidade ao receber a belezinha! No mesmo dia acabei levando a bike com caixa e tudo pra ser montada no Portuellano! Depois de montada eu fiz um pedal leve de reconhecimento com o Fábio e um casal de amigos cicloturistas que também estavam testando suas bikes recém compradas, a Rê Ruiva e o Artur.
O pedal de estréia da bike, que a esta altura já havia sido nomeada Alba (branca em espanhol) aconteceu na Castello Branco, na companhia de Fábio, Élio, Rê Pastura e Elcio. Saímos do Graal no quilômetro 29 da Castello, fomos até o outro Graal próximo de Sorocaba e voltamos. Um pedal que dá por volta de 88km. Como eu e o Fábio saímos da casa dele, completamos os 100km.

Grupo Sram Apex
Ao comprar a bike achei que teria dificuldades em me adaptar ao Double Tap da Sram. Porém, pra minha surpresa, a troca de marchas se mostrou extremamente intuitiva e me adaptei rapidamente! Fora isso, o escalonamento de marchas do grupo Apex é fantástico. A bike veio com pedivela compacto 50/34  e cassete 11/32, por ser 10V ganhei um “range” de marchas que não possuía antes na TREKzinha, mesmo  com o pedivela triplo. Me diverti testando as marchas e devo dizer que, nem na descida, consegui girar com 50/11... Testei também a relação 34/32 e devo dizer... Isso que é “Só no Girinho”! Como bem disse o Fábio, com ela vou subir até parede!
Fora isso, outra diferença que senti é o quadro! Apesar de não ter diferença de toptube efetivo (Trek e Cdale com 50cm de top efetivo e mesa 65mm) senti o quadro muito mais confortável. Além do fato de ele ser todo de carbono, senti que minha postura estava menos esticada, e au comparar a geometria dos dois quadros (com ajuda do meu Personal Cycling Consultant... Piada interna!) notei que alguns ângulos variam em apenas um grau, mas que fizeram bastante diferença na minha postura.

Alba! Synapse Women's 6 Apex - 44cm

Mas o carbono, ah o carbono... Além de muito confortável, a bicicleta está pesando apenas 8,8 kg, já considerando pedais, mas com o banco original. Preciso pesá-la de novo com o banco que uso, um Fi’zik Live Feminino que não troco por nada! Capaz da bike ter perdido alguns gramas na troca de banco, pois o original da Cannondale, além de desconfortável é um tanto pesado.
Resumindo, hoje fiz meu terceiro pedal com a Alba e estou completamente apaixonada... Linda, confotável, leve... Tudo o que eu esperava e um pouco mais! Agora preciso treinar pra conseguir aproveitar essa bike ao máximo!




sábado, 13 de agosto de 2011

Volta Ciclística Manoel Torres - Sarapuí/Pilar do Sul


Quando fiquei sabendo dessa volta, logo me empolguei para participar! Não lembro quem pilhou quem para participar do evento, mas eu e o Fábio logo resolvemos correr. Eu sou mega pangaré, e tenho treinado ridiculamente pouco, mas gosto de participar de provas, pois elas costumam me incentivar a voltar a treinar de forma decente. Sem contar que o número de provas de ciclismo é tão pequeno que acho que vale a pena incentivar qualquer iniciativa de promover o esporte.
Bom, só nossa estadia já geraria um post, mas vou pular essa parte e ir direto à prova. Nos perdemos para chegar ao local, então acabamos um tanto atrasados para retirar nossos numerais. Apesar da correria, colocamos os números na camiseta e nos posicionamos para a largada. Enquanto aguardávamos, uma mulher ao microfone agradecia as participações na prova. Eu e o Fábio, por brincadeira, ao fazer a inscrição, nomeamos a nossa equipe como “Só no Girinho”, meu mantra e nome da bike de ciclotour dele. Qual não foi nossa surpresa quando a mulher agradeceu nossa equipe por estar participando do evento?! Brincadeiras e sorrisos depois, começamos a ficar cansados da espera. O sol forte já estava castigando e a ansiedade de começar logo a prova já me deixavam de mau-humor. Com mais de meia-hora de atraso todos os participantes da prova foram obrigados a realizar a volta de apresentação pela cidade de Sarapuí. Segundo a organização da prova, aqueles que não participassem da volta estariam automaticamente desclassificados. Não me importei com a volta de apresentação, achei a idéia até simpática, até chegarmos a um trecho de subida em paralelepípedo (daqueles hexagonais). Só de passar por esse trecho já queimei uma energia considerável, mas tudo bem, valia pela promoção do esporte.
Bom, com uns 45 minutos de atraso finalmente começou a largada. Fizeram a largada num local de subida e, devo dizer, que aí começaram os erros sérios da prova. O atraso irritou, mas era tolerável, agora a largada foi uma completa bagunça... Não havia um ponto específico com linha de largada e, apesar de ter algumas pessoas tentando organizar as categorias, muitas pessoas largaram em momentos errados e a minha categoria teve de largar duas vezes (juntamente à categoria estreante). Eu, como completa pangaré, tenho a maior dificuldade de clipar em subida, depois de alguns desequilíbrios e um quase tombo, subi na bike e já saí na desvantagem. Até aí tudo bem, porque minha intenção era apenas participar... Dei uma leve forçada e alcancei a rabeira do pelote, mas eis que, na primeira subida, minha corrente cai no momento em que mudei a marcha para a coroa melhor. Respirei fundo (pois este é um problema recorrente na minha bike) clipei na subida de novo e voltei a pedalar em ritmo um pouco maior pra tentar alcançar a rabeira do grupo de novo. Neste momento já não havia nenhum carro de apoio atrás de mim. Acredito que o carro policial que estava acompanhando o final do pelotão nem notou que tive um problema mecânico.
Cerca de uns 20 minutos, e algumas quedas de corrente, depois consegui alcançar o último ciclista e o passei... Neste momento estava me sentindo bem e, ao avistar um outro ciclista também consegui ultrapassá-lo. Segui bem até o primeiro retorno da prova. Me aproximava cada vez mais do restante do pelotão e sentia que terminaria o percurso cansada, mas terminaria bem.
Ao chegar no retorno, mais um erro crasso da organização: não havia posto de abastecimento! Nesse momento toda a minha vontade começou a ser minada. Eu, que fui disposta a completar os 102K, já mudei na hora de opinião. Completaria os 62K destinados à minha categoria e estaria de bom tamanho. Saindo de Pilar do Sul, furei no meio de uma subida. Pronto, mais um tantinho de desânimo, mas vamos lá! Tinha três cilindros de CO2 comigo e trocaria o peneu rapidamente. Antes mesmo de os ciclistas que eu havia passado me alcançarem.
Realmente não era um dia de sorte. Eu sou uma pessoa mega esquecida, portanto costumo deixar minhas coisa de ciclismo todas juntas para não correr o risco de ficar sem algo importante, mas dessa vez acabei não colocando o kit de reparos onde deveria e, sem espátulas, tentei usar minha chave do carro pra remover o pneu. No primeiro sinal de que a chave não agüentaria sentei no chão e fiquei aguardando ajuda. Nenhum dos dois ciclistas que me alcançaram possuíam espátulas, mas com boa vontade me ajudaram a remover o pneu com uma chave allen. Neste momento o carro policial que deveria fazer a escolta dos últimos ciclistas deu uma breve parada na estrada e perguntou se tava tudo bem. Quando respondi que era apenas um pneu furado eles arrancaram no sentido de Sarapuí e nunca mais avistei o carro.
No momento que tentei encher o pneu com a bomba de CO2, ouvi um estouro. Foi só então que percebi que meus colegas prestativos haviam deixado um pedaço da câmara de ar para fora do pneu... Com paciência removemos novamente o pneu e, dessa vez, eu deixei o cavalheirismo deles de lado e passei a trocar o pneu sozinha. Um deles resolveu continuar o percurso, o outro ( CLaudinei) ficou me acompanhando com sua chave Allen. Troquei a câmara e, como não podia deixar de acontecer num dia tão azarado, minha bomba de CO2 resolveu não funcionar. Coloquei o cilindro, ouvi o lacre rompendo, mas no momento que encaixava no bico da câmara, nada acontecia.
Para minha sorte eu havia levado minha bomba de quadro e, com ajuda do Claudinei, consegui encher ridiculamente o pneu. Voltamos a pedalar e tentei ir no ritmo do Claudinei, o mínimo que eu podia fazer depois de toda a ajuda. Apesar do meu esforço em manter um ritmo bem leve, depois que completei uma subida mais dura, ele não apareceu. Como sabia o quanto ele estava cansado imaginei que havia chamado por resgate e continuei girando um pouco mais rápido.
Mas a longa parada para consertar o pneu me esfriou e eu já não tinha mais água e nem o isotônico que havia levado. Neste momento comecei a ficar preocupada, pois não havia mais apoio atrás de mim e, com cãibras (provavelmente decorrentes da desidratação), eu já não sabia se conseguiria terminar os 12 km restantes. Passei a girar cada vez mais devagar e a salvar o máximo de energia possível. Não queria ligar para o Fábio, pois não sabia se ele iria ou não completar os 102K e não queria deixá-lo preocupado. Foi então que vi um carro ao meu lado com um Claudinei só sorrisos dizendo que também havia furado o pneu. Nem pensei e já soltei: Pô, me dá uma carona? Para minha sorte ele estava com um suporte para duas bikes e pode me socorrer.
Cheguei ao local da largada decepcionada. Nunca havia desistido de um objetivo antes, mas sabia que não teria condições de continuar. Encontrei o Fá sentando próximo do pórtico, já abastecido de água e isotônico e revoltado com a má organização da prova.
Para piorar ainda mais a situação, enquanto muitos ciclistas ainda estavam realizando o percurso de 102K, o pórtico de chegada foi totalmente desmontado. Um claro sinal de desrespeito aos demais participantes esforçados.
Com raiva, eu e o Fábio voltamos pro carro na esperança de chegar logo em casa e poder descansar de toda a confusão que havíamos passado.
Mas deixo aqui minha indignação com a prova: não tive apoio, não houve ponto de hidratação e nem garantia de segurança aos ciclistas que ficaram para trás do pelotão, uma vez que seguramente os organizadores não tinham controle de quantos ciclistas haviam cruzado, ou não, a linha de chegada. Daí me pergunto: pra que, então, paguei os cinqüenta reais de inscrição? Pensei muito antes de redigir um post revoltado e falando mal de uma prova que, pelo menos na teoria, não deixa de ser um apoio ao esporte, mas foi impossível não sair de lá com a sensação de que havia sido enganada pela organização.
Infelizmente, a partir de agora só participrei de provas conceituadas, com grandes empresas e patrocínios (como a VO2 e iniciativas como a da Claro 100K). Apoio o esporte e quero mais iniciativas de provas e competições, mas primo pela minha segurança. Apesar desse desgosto todo, que venham os treinos! Afinal de contas, a VO2 tá quase aí!


quarta-feira, 13 de julho de 2011

Full Carbon - Parte 01


Depois de alguns pedais durante este ano, comecei a sentir que minha TREKzinha, apesar de companheira fiel, já não estava respondendo da forma como eu desejava. Ela foi minha primeira bike de estrada e assumo que judiei da coitada. Durante muito tempo a troca de marchas não era intuitiva e cruzei muita corrente e até recentemente ainda não fazia a pedalada da forma correta... Certeza que sobrecarreguei demais o grupo original da bike com minha inexperiência! Fora os tombos idiotas que deixaram diversas marcas no quadro. Além disso, a partir do momento em que aprendemos mais sobre o ciclismo e evoluímos (ou nem tanto) no esporte, queremos também melhorar nossa magrela. É aí que aquelas soldas de alumínio do quadro começam a te chamar a atenção, e não digo de uma forma positiva! Depois você começa a comparar seu grupo misto Tiagra/Sora de 2007 com os belos grupos novos e percebe que aquela alavanquinha na lateral do manete Sora não é nada legal... Pra finalizar, seu mecânico começa a dizer que vc precisa trocar a corrente, o cassete, o câmbio dianteiro, a caixa de direção... Bom, troquei a caixa de direção e depois a corrente, mas as diversas falhas nas trocas de marcha (uma que quase causou uma queda em minha última viagem) e a necessidade de regular o câmbio a cada pedal me fizeram começar a namorar diversos modelos pela internet.
Bom, minha primeira dificuldade foi encontrar bikes femininas de fato bonitas e não aquelas rosas ou roxas cheias de florzinhas. Aliás, aproveito o momento pra fazer uma crítica: a mulherada que faz esporte, principalmente o ciclismo, não quer saber de coisas rosas e cheias de flores! Os lojistas dizem que as peças femininas demoram demais para serem vendidas, mas eu já passei por diversas situações em que queria e precisava realizar uma compra, porém não encontrava uma alternativa às camisas e bermudas rosas. Dessa forma não compro mesmo! Mas coloca uma versão feminina de um uniforme do ProTour na vitrine pra ver se não abro a carteira na hora! Tá na hora de conhecer o público feminino do ciclismo e ser mais assertivo!
Crítica feita, vamos voltar à busca. Como qualquer ciclista, minha intenção ao trocar de bike era pegar uma full carbon! E daí que eu nem pedalo tudo isso? Queria uma full carbon!!! Mas o grupo não precisava ser tão fodástico, um 105 Shimano ou equivalente já estaria de bom tamanho! Dentre as bicicletas que me chamaram a atenção, segue o top 4! Caso queiram mais detalhes sobre o modelo, basta clicar na legenda das fotos:


Entre outras possibilidades excluí a Trek pois sabia que os modelos em carbono seriam caros demais. Também excluí a Fuji e a Scott, pois seus modelos 2011 com grupo 105 ou Apex tinham grafismos que não me agradaram. E sim, isso faz parte da bike e eu levo em consideração! =P As pinarellos eu nem olhei direito, primeiro porque não costumo gostar dos quadros e muito menos dos seat stays “retorcidos” da Pinarello. Sei que tem gente que vai achar que o que eu disse agora é praticamente uma heresia, mas gosto é gosto, né?! Além disso, ao olhar rapidamente o site estrangeiro, não encontrei nenhuma menção às bikes com geometria feminina. Então desencanei da marca.
Bom, eu me propus a gastar, no máximo, 6.000,00 reais e, ao entrar em contato com as bike shops de São Paulo percebi que estabeleci um teto muito inferior ao preço real das bikes aqui no Brasil. Nem pagando a vista eu conseguiria chegar próximo a este preço. Santa ignorância Batman! Foi então que, numa das minhas à bicicletaria do Sr. Puertollano fui informada pelo próprio de que ele poderia montar uma full carbon bem próxima do preço que eu desejava. Talvez subisse pra uns 6.500,00 reais, mas ainda era uma melhor opção do que os mais de 8.000,00 reais pedidos nos modelos que eu pesquisei.
Em breve conversa, o Seu Eduardo colocou em minhas mãos o quadro da Vicini Corsa SL II e me prometeu dar uma olhada nos tamanhos disponíveis no fornecedor. Curti muito o desenho do quadro, com o top tube curvo, mas detestei o grafismo. Porém, dentro do que eu tinha pesquisado, não havia uma proposta melhor. Se quisesse uma full carbon pelo preço que havia estabelecido anteriormente, teria de ser aquela.
Como não estava completamente satisfeita, comecei a considerar as opções de quadro em alumínio com garfo e stays em carbono, mas dentro das opções que encontrei, nenhuma era comercializada no Brasil. Quando estava mais confusa sobre o que fazer a seguir e ansiosa por notícias do Sr Eduardo, encontrei uma oportunidade que não dava pra perder... Mas o final dessa história vai ficar para daqui um mês, mais ou menos, quando eu receber a bike em casa, na caixa do fabricante e por um preço inferior ao que tinha estabelecido como teto!

Enquanto ela não chega, vou me despedindo da TREKzinha... Mas ela só perderá o posto de bike de treino, pois continuará sendo minha touring bike... Por enquanto! ^^
See you soon!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Ciclotour São Paulo – Estiva/MG Parte 02

Segundo dia: Joanópolis - Estiva/MG

Restinho de neblina durante a manhã

Acordamos por volta das 6h00 da manhã, pois nossa intenção era chegar ao sítio do Claudião por volta do horário do almoço. Porém, ao colocarmos nossa carinha pra fora do quarto vimos uma neblina densa tomando conta da paisagem. Não gostamos muito da vista, pois a neblina significa perda de visibilidade e essa condição é perigosa demais para pedalar, pois ficamos sem ver e sem sermos vistos.

Resolvemos levantar e nos dirigimos ao café-da-manhã. Apesar de termos solicitado que o café fosse servido as 7h00 para podermos sair o quanto antes, só fomos iniciar nossa comilança depois das 8h00 da manhã. 

Daí, até conseguir acertar os pagamentos e sair da pousada já eram 9h30 da manhã. Pelo menos o nevoeiro já estava desaparecendo!
Meninos prontos pra mais um dia de pedal!
Pedalamos até a entrada de Joanópolis, onde pegamos a Estrada entre Serras e Águas, que nos levaria até Extrema, já em minas Gerais. A vista da estrada é linda durante todo o percurso! Passamos por propriedades rurais, hotéis fazenda e até trechos com a Mata Atlântica preservada. A estrada começa com uma subida longa e bem difícil. Apesar do frio da manhã, encostamos e já tiramos todas as camadas de roupa! Continuamos subindo e, como estava preocupada com o longo percurso (e com minha relação nada ciclotur) subi calmamente apreciando a vista. Como o asfalto também não era dos melhores, tive que me conter nas descidas, perdendo o embalo pra encarar o tobogã da estrada.


Fábio e eu na Estrada Entre Serras e Águas
A última subida da estrada foi a mais dolorosa de todas. Além de longa, tinha uma bela inclinação. Sem poder girar, fui obrigada a pedalar de pé em vários momentos e cheguei ao final da subida bufando, mas inteira! Mas que eu curti a subidinha, curti! E a sensação de ter vencido ela com a bike carregada foi ainda melhor!
Lógico que depois de uma bela subida, sempre vem uma bela descida! Desci com empolgação e eu e o Fábio encontramos os meninos num ponto de ônibus por volta das 11hs, onde paramos para comer um pouco, já que a estrada tinha consumido bastante nossas energias.


TREKzinha aproveitando a bela vista.
Continuamos a viagem e paramos em um posto para lanchar. Como a namorada do Cláudio iria nos presentear com um belo almoço no sítio, resolvemos apenas comer um salgado e uma coca de garrafa e voltar a pedalar o mais rápido possível. Pra azar do Fábio, novamente ele ficou sem comer o que queria e voltou a pedalar insatisfeito e com fome. Assumo que fiquei com dó...
Ainda tínhamos uma boa quilometragem pela frente e, pelo track, vocês podem ver que a quantidade de subidas que teríamos que enfrentar era considerável! Para nosso azar o sol estava muito forte, o que fez nossa pedalada pela Fernão Dias se tornar um pouco mais difícil. 

Parada na sombra já na Fernão Dias
Longas subidas com o sol batendo forte no corpo nos fizeram consumir uma grande quantidade de água, porém, como eu e o Fábio estávamos atrás dos meninos, acabamos não parando para repor por não querer causar um desencontro ou ainda preocupá-los com nossa demora. Assim sendo, continuamos pedalando e economizando as caramanholas, até encontrar os meninos nos esperando na única sombra vista em quilômetros: uma entrada de uma propriedade.
Nesta parada comecei a ficar preocupada, pois minha caramanhola estava praticamente vazia. Quando saímos do local, ainda passamos por uma venda de beira de estrada, mas, devido a uma falha de comunicação, acabamos não parando para comprar mais água. Assim sendo, continuamos pedalando, porém com uma altimetria um pouco mais favorável (Yey!! Descidas!). 
Mesmo tendo perdido os meninos de vista, eu e o Fábio paramos em um boteco que encontramos na estrada para reabastecer nossa água e ainda aproveitamos para tomar uma coca e reabastecer um pouco das energias. A partir deste ponto continuamos por um trecho plano da Fernão Dias até chegarmos a Estiva. Claro que, como bons cicloturistas, tivemos que parar para tirar fotos!
Mais um desafio superado! São Paulo - Estiva!
A partir daí foi só relaxar e curtir! Chegamos a um trevo onde nossos colegas nos esperavam (a um bom tempo, diga-se de passagem). Porém, ainda teríamos de encarar mais 8km de estrada de terra. 


Esse era o momento de testar minha Road! Me empolguei no primeiro trechinho e, só pra aprender a não confiar demais, acabei derrapando. Pra minha sorte consegui segurar a bicicleta, mas a partir dali a relação com a estradinha de terra mudou. Os meninos sumiram na frente com suas 29ers enquanto o Fábio me acompanhava. E ainda bem que ele estava lá do meu lado! Meu câmbio não colaborou durante toda a viagem e, no meio de uma subida quando fui trocar a marcha, minha corrente caiu e ficou presa entre o quadro e a coroa pequena do meu pedivela. Segundo o Fábio, tive meu primeiro “chain suck”... Sinceramente, preferia não ter sido apresentada ao danado, mas ok! Vale de experiência! 

Estradinha de terra que dá acesso ao sítio...
Como eu disse, ainda bem que ele estava lá, porque depois de algumas tentativas não consegui mover nem um milímetro da corrente. Mãos cheias de graxa e algum tempinho depois, continuamos nosso caminho. Não demorou até encontrarmos os meninos nos esperando na entrada do sítio. Não preciso dizer que fiquei contentíssima! Apesar de já ter feito viagens mais longas antes, sempre tive alguns dias de descanso entre os dias de pedal. Neste caso, pedalamos por dois dias seguidos e, apesar de um pouco cansativo e dolorido, foi extremamente prazeroso! (Sim, um tanto controverso, mas é verdade!).
Chegamos no sítio por volta das 16h30 e, para nosso deleite, a Valquiria (companheira do Cláudio) havia deixado um almoço/janta delicioso à nossa espera. Tomamos banho voando e fomos pra mesa! Arroz, feijão, carne de panela com vegetais, saladinha... Tudo perfeito!
Nem preciso dizer que capotei super cedo neste dia, apesar de feliz, meu corpo pediu descanso...


Track da viagem:


No dia seguinte, Cláudio e Adil ainda acordaram cedo pra fazer uma trilha de MTB. Haja disposição! E, quando voltaram, nos acordaram ao som de Roberto Carlos (em vinil!!).
Aproveitar o sábado em Estiva foi fantástico. O clima de cidade rural, as pessoas simpáticas e a tranqüilidade das vaquinhas pastando era tudo o que eu precisava pra esquecer um pouco de São Paulo.
Uma pena o Adil ter retornado a São Paulo no sábado de manhã, mas com certeza outras viagens virão!
De resto só posso agradecer a todos pela companhia durante toda a viagem, em cima da bike e fora dela! Com certeza serão momentos que nunca esquecerei. Não posso deixar de agradecer especialmente ao Fábio, namorado, escudeiro e Personal Cycling Consultant! Obrigada por estar sempre ao meu lado (literalmente!)!


Mas agora vem a questão: quando é a próxima?!



Nota Técnica pros amiguinhos que não pedalam:
- Relação: é a relação de marchas da bicileta, mudando algumas peças podemos deixar ela com marchas mais pesadas ou mais leves. A minha bike é típica de estrada, então possui um relação de marchas mais pesada, pra desenvolver velocidade. Bicicleta de ciclotur ou Montain Bikes tem relação mais leve, pra auxiliar nas subidas.
- Caramanhola: squeezy, garrafinha d’água, etc...
- 29er: tipo de montain bike. Pra quem se interessar, dá um olhadinha no blog do Adil, mestre no assunto!

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Ciclotour São Paulo – Estiva/MG Parte 01

Primeiro Dia: São Paulo – Joanópolis


Cláudio, Adil, Fabio e Maya
       Conforme combinado, nos encontramos por volta das 7h00 da manhã no metrô Tucuruvi. Após uma pequena pausa para apresentações, afinal de contas eu só havia conversado com o Adil e o Cláudio por e-mail, demos início ao tão esperado ciclotur!
Saímos do Tucuruvi um pouco antes das 7h30 e, para nossa diversão, encontramos a feira livre, que acontece às quintas-feiras, já montada. Foi engraçado passar pelo meio da feira com as bikes carregadas. Segundo o Fábio, na primeira vez que ele e o Cláudio fizeram esse percurso foram ovacionados pelos feirantes, mas não foi o caso desta vez. Ouvimos alguns poucos comentários e rapidamente já estávamos na Sezefredo. Passamos por bairros e locais que eu não conhecia, apesar de morar na Zona Norte e logo começamos a subir, mas descansados e empolgados como estávamos as subidas foram muito bem-vindas e tornaram-se desafios muito divertidos. Me surpreendi com minha disposição e tive certeza de que os dois dias de pedal me fariam muito bem!

Depois de subirmos um tanto , a fome começou a bater. Apesar de o Cláudio ter sugerido uma parada mais a frente no percurso, após algumas subidas mais longas, encostamos numa estrada de terra e sacamos os lanches! De sanduíches e frutas a barras de proteína, cada um se alimentou da sua forma e seguimos viagem. Cerca de meia-hora depois chegamos ao local sugerido anteriormente para nossa primeira parada. Foi impossível não parar para tirarmos algumas fotos! Neste local encontramos outro ciclista que estava fazendo um treino. Ele nos deu a dica de uma estrada de terra que cortaria alguns quilômetros do nosso caminho, mas, como eu estava com pneus muito finos (700X28), resolvemos manter nosso trajeto, afinal, ninguém conhecia as condições da estradinha e não queríamos arriscar. (Na foto: minha Road toda paramentada para o ciclotur: pneus Bontrager 700X28, bagageiro TransX, alforges e bolsa de guidão Btwin).

Vista do local que deveria ser nossa primeira parada para lanche
Deste belíssimo lugar seguimos pela Estrada Velha até Mairiporã, onde os meninos encontraram o famigerado amendoim com alho! No final das contas, com tantas coisas pra se fazer e com toda a atenção voltada para o pedal, acabei não experimentando a iguaria. Vai ter que ficar pra próxima!
Em Mairiporã, território bem conhecido, pegamos a Estrada do Rio Acima, que continuou nos proporcionando lindas vistas e diversas subidas cercadas de mata. Nosso próximo destino seria a Rodovia Dom Pedro I. Pegamos bastante vento até chegar na rodovia e ficamos um tanto apreensivos com a possibilidade de encarar muito vento contra. Com certeza o vento consumiria mais rapidamente nossas energias e deixaria o pedal menos prazeroso. Para nossa sorte, ao chegarmos na rodovia, não encontramos vento algum e pudemos prosseguir em uma maior velocidade. 

Boa ação do dia da escoteira: nossa foto!
Paramos para almoçar ao meio-dia em Bom Jesus dos Perdões. Nem preciso dizer o quanto estávamos com fome! Deixamos nossas bikes do lado de fora (sempre de forma que pudéssemos ficar de olho) e fomos fazer nossas pratos! Encontramos uma comida fresca e nenhuma fila na hora de pesar os pratos! Isso fez com que o Cláudio decidisse fazer primeiro um prato de saladas para depois caprichar no prato principal. Eu, Adil e Fábio já decidimos fazer um único prato e devorar tudo de uma vez só! Enquanto almoçávamos chegaram dois ônibus de viagem e, para azar do Cláudio, a fila tornou-se enorme! Ele, sem coragem de encarar a fila gigantesca apelou: vou comer um lanche! Nem consigo me lembrar de tudo o que ele comeu, mas uma coisa fez-se notar, o bolo de Aipim! Durante todo o pedal responsabilizamos esse tal bolo pela disposição do Cláudio! Na saída encontramos diversos escoteiros em excursão e, depois de uma abordagem bem humorada do Cláudio conseguimos uma foto do grupo antes de continuar a viagem.

Ainda continuamos na Rod. Dom Pedro I por alguns quilômetros até pegar o acesso para Piracaia (SP-036).  Apesar do trecho inicial ser plano, após algum tempo começamos a encarar mais algumas subidas. Costumo encarar bem subidas longas e de baixa inclinação, entôo meu mantra “Só no Girinho!!!” e vou que vou, mas aquele sobe e desce da estradinha começou a me cansar. Subidas curtas de grande inclinação com decidinhas idem que acabam nos empolgando e nos fazendo sair do selim... Sim, eu sei que cicloturista deve poupar as energias, pedalar sentado e constante, mas tem momentos em que isso se torna simplesmente impossível! Em tobogãs principalmente! ;P
 Apesar do cansaço e do peso, eu e o Fábio seguimos muito bem, apesar de sempre atrás dos meninos. Aliás, nesse ponto da viagem comecei a reparar na forma de pedalar de cada um. Foi interessante notar que o Adil tem uma preferência por pedalar BEM travado, fazendo força e girando pouco mesmo no plano. Em contrapartida, nosso amigo Cláudio parecia um ventilador! Assumo que fiquei com inveja da relação dele em alguns momentos!
Chegando mais próximo de nosso destino a estrada aplainou e pudemos desenvolver uma maior velocidade. Chegamos na entrada da pousada por volta das 4h30 e lá paramos para fotinhos de comemoração!

Adil na frente da entrada da pousada com as 29ers.

Mas minha aventura ainda não tinha acabado. Ainda teríamos de descer um tanto na estradinha de terra da pousada e eu faria meu primeiro teste com a Trek que, como bem disse o Cláudio, estava fora de seu ambiente natural! Pra aumentar ainda mais o desafio, o acesso pra pousada estava cheio de pedriscos e cacos que me deixaram bem apreensiva. Desclipei, sentei no top tube e desci me equilibrando. Nem preciso dizer que essa foi a parte mais tensa de toda a viagem!
Eu e Fábio chegando na pousada. Olha o tamanho do sorriso!
Chegamos na recepção da pousada e tivemos alguns incidentes com as reservas de quarto, mas tudo foi resolvido e acabou gerando histórias muito maiores e que, infelizmente, não cabem aqui! Jantamos uma pizza (a contragosto do Fábio) e antes das 21h00 já estávamos roncando em nossas camas! Ainda bem que deitamos cedo, pois iríamos precisar de energia no dia seguinte!

Segundo os tracks que fiz da viagem com o Sports Tracker, pedalamos cerca de 109km neste primeiro dia. Apesar das subidas e do peso nas bikes, fiquei feliz com as médias de viagem: 17.82 km/h no trecho de São Paulo a Bom Jesus dos perdões (71.83km) e 16.66km/h no trecho de Bom Jesus dos Perdões até a pousada em Joanópolis (37.19km).


Os tracks também podem ser vistos no meu perfil do Sports Traker.

São Paulo - Bom Jesus dos Perdões

Bom Jesus dos Perdões - Joanópolis


Nota técnica para os amiguinhos que não conhecem os termos do ciclismo:
- sair do selim: pedalar em pé, normalmente fazendo força pra vencer uma subida.
- desclipar: usamos sapatilhas especiais que “clipam” nos pedais da bike, deixando o pé preso e permitindo que nossas pedaladas sejam mais efetivas. Porém, no caso de precisar apoiar o pé no chão com pressa, podemos não conseguir “desclipar” o pé do pedal e cair. Por isso, em situações de maior risco de queda, tiramos o pé do pedal pra nos prevenir em caso de perdermos o equilíbrio.
- Sobre minha bike estar fora do ambiente: Tenho uma bicicleta de estrada com pneus bem finos para asfalto. Troquei os pneus por outros mais grossos pra viagem, mas não se comparam aos pneus usados nas bikes dos meninos. Portanto terra realmente não é o ambiente da Trek!
- Top tube: cano superior do quadro da bike.

Coming soon: Ciclotur São Paulo – Estiva/MG parte 2!